Vi o musgo recobrindo vetustas pedras,
restos das muralhas das antigas cidadelas;
a luz da manhã se propagando nas aguas do riacho
aquecendo o orvalhos nas pétalas das flores.
Também os vales exuberantes cobertos de grama,
refletindo no céu vermelho do entardecer brilhante;
edifícios, monumentos, museus e tantos altares,
atentamente reparados em horas de preciosa solidão.
Vi as trilhas nas dunas das areias vagantes do deserto,
e o silencio à sombra dos carvalhos centenários,
não cedendo aos caprichos do vento brincalhão,
insistente em farfalhar impetuoso as folhas ao redor.
Nos espelhos das enseadas protegidas por montanhas,
vi ondas crisparem o azul em formidáveis vagas,
e novamente formar-se o lago de agua limpa,
num remanso cantante coroado de espumas prateadas.
Já vi o brilho dos raios ao troar dos trovões,
ribombos cruéis meio à tempestade inclemente,
e o suave encantamento dos píncaros nevados,
cumes furando as nuvens como estacas do céu.
Mas nenhuma emoção se compara ao sentimento,
quando vejo uma nova musa assim tão cheia de charme.
De arrebatada figura,
sou altivo, sou forte,
não carrego lutos e mágoas,
até um dia enganei a morte,
na sua faina de colher almas
e renasci.