Desarmo os alçapões e me despeço,
Nego-me a ser cativo de mim mesmo.
São os grilhões disfarçados de versos,
Armadilhas que procuram-me a esmo.
É aquela a chama que me vem atiçar,
Sempre este ímpeto de buscar-te longe.
Sem nenhum proveito é este meu penar,
Vou extirpar o ardor que aqui se esconde.
Desespero-me percebendo a verdade.
E no anseio de conquistar a liberdade,
Eu desafio o meu senhor pra uma peleia.
Mas ele é forte, não se queda vencido,
Diz-me que sem ele eu não sobrevivo,
Que meu sangue é ele quem bombeia.