Sonetos : 

soneto do canhestro vate

 
“ Já sobre a espalda do animal cruento,
Quero ao vate gritar: “Senhor, me abraça!”
A voz, porém, não corresponde ao intento.
Ele, que a mente espavorida e lassa
Em circuito mais alto me animara,
Sustendo-me, nos braços seus me enlaça.”

A Divina Comédia – Inferno Canto XVII



E te julgas perfilho dos deuses, retentor d’ inspirações, das musas favorito,
foste porventura eleito usufrutuador de todas as messes entre terrestres?
Das entranhas jorras escória, versos que engulham, do bolçado és introito,
de têmpera irascível, mente entorpecida, indecoroso, és qual os equestres.

Jamais resplende tua mente ’nodoada infecto álveo dos pedantes dislates,
tudo que ’mites são feixes de picarescos pensamentos, sórdidos, dispersos;
não se pode dizer que um dia teve um acerto, acumulas tão só disparates,
em que pese a caricaturesca chã ‘legria ao elucubrares que pariste versos.

Desde teu sorumbático parto vicejas entre os mais asquerosos dos animais,
vate vulgar, ó túrpido que traz na boca repugnante risos frios desenfreados,
tudo que angarias é o olhar em silencio, que traduzes qual adesões geniais.

Não te daria pulcra deia risos para exibires co’s restolhos de podres dentes,
agregando ao estrume de ‘strambóticos sonhos na impudicícia ‘calentados
vives de vis aleives, neles espojas rojando ao ensejo sentimentos torpentes.






[ sempre existirão almas sem brilho, nem arte...









.... mas prontas para vomitar em discursos...




... todo estrume que produzem.


e acreditam

que

brilham.....

he... he...


.... que se iludam, pois...]

 
Autor
shen.noshsaum
 
Texto
Data
Leituras
570
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.