Hoje, se pudesse, vestia a ternura, olhava-me no espelho, desenharia e ensaiaria o melhor sorriso, plantaria felicidade pelo cabelo e sairia, acreditando-me igual entre os demais.
E eles olhar-me-iam, acreditariam em mim como mais um, um qualquer, e sentir-se-iam regulares no ser e no estar.
Os passeios empedrados seriam a minha confiança, a minha determinação, a minha aparência e a minha riqueza.
Em casa, à noite, despir-me-ia. Frente a ti, colocaria a minha Alma a nu, verdadeira e pura e choraria até ao outro dia a Dor de se me sentir condenada a não poder ser eu fora do teu olhar.
Porque só os teus braços têm a medida para quem eu sou, a boca para me falar, o olhar para me receber, as palavras para me falar do que eu gosto, a atenção e o carinho para me compreender.
Por isso a minha Vida é uma eterna saudade de viver cada dia em que tu marcas a passagem do tempo.