Vejo sumindo no horizonte um navio,
A minha sanidade soprando suas velas,
Que levou meu juízo nos seus porões.
Pois quedei-me doido em formas tão belas.
Serão os teus encantos como alçapões,
Que se fecham aprisionando meu canto?
Em desalinho, um profundo desalento,
Percebo-me vencido à deriva no vento,
De ansiar teus carinhos e outros tantos.
Cubra-me agora de noite, o seu manto,
Pra que retorne só um pouco de mim,
E que não se confirme a sandice assim,
Que jamais pereça o amor que invento.