No profundo da minha dor eu clamei
Queria ouvir uma voz que me ouvisse
Que olhasse para mim
Alguém que estendesse suas mãos
E me ajudasse.
Eu me sentia sozinho
Parecia que tudo estava contra mim
Pessoas me olhavam com ódio
Olhares de rancor queriam ver o meu fim
E meus passos vacilaram.
Na minha angústia eu clamei:
- Deus, cuida de mim!
No mais profundo do abismo
Na escuridão tenebrosa da solidão
Onde eu não encontrava mais esperança
Eis que as mãos suaves do Senhor
Foram estendidas para mim.
Acusaram-me com mentiras
E disseram que eu não ia conseguir.
Os meus pecados lançavam em meu rosto
E uma dor terrível se apoderou de mim
Eu só queria ouvir uma voz de amor
De compaixão.
Na minha angústia eu clamei:
- Deus, cuida de mim!
Eu sei o quanto sou falho diante de ti
Mas, não permita que meus inimigos zombem de mim
Eles querem ver o meu fim
A minha queda
Não permita, oh Senhor!
Deveras sou teu servo e busco a tua face
Com lágrimas de arrependimento.
Se não fora a tua bondade
Certamente eles teriam prevalecido contra o teu servo.
Na minha angústia eu clamei:
- Deus, cuida de mim!
E o Senhor
Com suas mãos de puro amor estendida sobre mim
Ajuda-me a caminhar.
Poema: Odair José, o Poeta Cacerense