Rabiscar o verbo "amar" na areia
Não é tão sublime quanto desenhar na alma
O próprio mar que acalma,
O sonho que incendeia,
Na fina teia de um coração, na palma
Da emoção imersa em plena lua cheia...
Rabiscar um coração na areia só,
Como profusão de sonhos, tantos sentimentos,
É voar nos ventos da oração maior,
É fazer dos prantos ecos de momentos,
Nesses próprios tempos de ilusão sem dó...
Amar, um verbo muito além do mar,
Muito além dos verbos, das conjugações,
Das palavras ditas, nesse só luar,
Êxtase disperso em tantos corações,
Verso que se perde nos vulcões do olhar,
Quando a alma pede sonho em profusões !
Amar, um verbo muito além de nós,
Muito além das palavras, presas aos sentidos,
Nesses labirintos de mistérios sós,
Nessa dor veloz de versos sempre lidos,
Sentimentos, ondas desse mar atroz,
Oceano emocional nos poemas incontidos...
Por tudo isso, desenhar na alma
O verbo "amar", enigma tão sublime,
É virtude plena que já nos acalma ,
Necessidade densa que o sonho mesmo imprime.
E.L.
2007/11/11
E.L.