Gravo na pele a intemperança,
São marcas do tempo e mágoa.
Dos olhos nascentes de água,
Na boca um riso que se cansa.
Trago no corpo o fel e o veneno,
Trincheiras cavadas pelos anos.
A defender-me dos desenganos,
Das paixões e amores pequenos.
Caminho sozinho e até sem rumo,
Remoendo os erros que assumo,
Tragando amargo que vem na boca.
Sufoco esperanças de dias floridos,
Cubro-me à noite de tons doridos,
Vagando na madrugada fria e louca.