SEIS DE SETEMBRO
Às vezes, leva-se uma vida inteira para se entender algo sobre o amor.
Sim, após amar-desamar-e-reamar... Tenho entendido que o que rege as pessoas é a insatisfação.
É por isso que a realidade da vida sempre nos parece desconfortável ou, simplesmente, ruim: não se está nunca satisfeito com nada!
No amor e no sexo, isto é ainda mais incômodo, pois, é visceral!.. Sim, é uma insatisfação que se lida com algumas das mais poderosas motivações, as passionais.
Quando se ama alguém, é possível se desejar inclusive a transformação de si numa pessoa melhor, a saber, mais digna ou merecedora de receber em retorno o amor que se oferece.
Quando se quer alguém, quer-se que o outro também queira. Dá-se e recebe-se a si para ter o outro. D'algum modo misterioso, acontece de o conhecimento de alguém nos levar ao acontecimento desejado: Um encontro humano.
Nisso, animais e homens são realmente muito parecidos: pavoneando-se, exibem força e beleza em detrimento do resto. Logo, quem não for forte e belo o suficiente deve buscar sê-lo senão não se reproduz. Simples assim.
Só que não...
Isto parece ser verdade em relação à atração, quer no amor; quer no sexo. Todavia, espera-se a que tudo de bom permaneça e até mesmo melhore...
Eis, de novo, a necessidade de criar alguma esperança contra toda experiência!
Enquanto isso, amamos e fazemos amor por pura humanidade, independente ou mesmo indiferente à procriação.
Amar por amor, pelo bem que aufere, não pelo mal que teme.
Betim - 2015
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.