Sou autor e também obra,
versos que falam de mim.
Rima infeliz que me cobra,
luz no escuro sem fim.
Desilusão e esperança,
sou criador, criatura.
Homem, jeito de criança,
sorrio com amargura.
Vivo recluso, alma voa,
busca um alguém para amar.
Sou rude e choro à toa,
navego longe do mar.
Enfim, alguém como tantos,
meio Poeta e vilão.
No corpo, desejos santos,
sou cópia de um coração.