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A EPIFANIA DO ATEU

 
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Desde os tempos de neném
nunca havia dito amém.

O seu corpo libertário
não continha alma refém

de nenhuma crença antiga,
que tratava com desdém.

Seguiu sempre sem batismo,
sem crer numa vida além,

sem ter páscoa nem natal,
nem estrela de Belém.

Toda a fé que não tivera
viu um dia, em si, porém,

quando pifou o seu carro
sobre uma linha de trem.

 
Autor
ALEBA
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