Hoje
Hoje como sempre
estou aqui,
não sei porque venho
talvez por querer morrer.
E eu morri
não de uma vez
mas um pouco a cada vez.
Sou poço que lentamente se esvazia
um peito que calado se angustía.
Que aqui procura um pouco de paz
para um morrer constante
em um foco de luz brilhante.
Já não me sinto capaz
de fugir como um culpado réu,
ou não deixar correr a vida
como uma flecha que é partida
antes de alcançar o céu.
Hoje para mim tanto faz
se não for Deus não será o diabo
em um mar extasiado de ternura
ou eu me salvo ou eu me acabo.
Alexandre