FINGIMENTO
(Jairo Nunes Bezerra )
Finges que não lestes o meu poema,
Maltrataste-me o coração...
Naqueles versos apenas do ovo usei a gema,
O que perdi foi a tua desatenção!
De tudo a lembrança se perpetuou,
Daí os meus cantares noturno...
O fado que no quarto predominou,
Deixou-me ainda taciturno!
Desejos não realizados pela manhã,
Transforma-se em anciã,
Atraindo sofrimento!
E eu poeta vítima de teu descaso,
Aventurei-me contigo por acaso,
E fiquei sem entretenimento!