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UMA IDADE, UMA PRAÇA, UMA SAUDADE DA MINHA CIDADE

 
UMA IDADE, UMA PRAÇA, UMA SAUDADE DA MINHA CIDADE

Caminhando assim
Tocando assim
Passo por mim
Não sei de mim
Se é flor jasmim
Se é banco pobre, rico ou jardim

Revelo a foto mambembe
Minha dor não escorre e me lambe,
Não arrasta no chão, dentro de mim
Não sabe do sim, não sabe do não
É fera que fere meu coração
E não sabe de mim e dorme em mim

Deixando assim, bem de lado
Balaio virado, mal amado, sem lado
Todo enrolado, calado num canto sem nota
Não tem dó, não tem mi, não tem ré, não tem lá,
Só aqui é o sol, da sétima nota suspensa no ar, tenha dó
Do assim, do jardim, do jasmim, da saudade, da idade

Ferve uma neve dentro de mim, bem no centro da praça
E um violão, praça sem ladrão, sem direito me põe a mão
Me abraça de graça, é a praça do meu único pobre coração
Saudade sem pressa de quem volta na praça de onde nunca saiu
Minha praça cheia de graça iluminada, ainda canta dentro de mim
Você é a razão da minha luz, do meu caminho, minha querida cidade.


José Veríssimo

 
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