Poemas : 

Amargas gotas do inevitável dilúvio

 
Amargas gotas do inevitável dilúvio
 
Pobre e humilde me debato
Nas brumas da impossibilidade,
Rodeado da infelicidade
Que me bate à porta da frente.

De frente ao fogão congelado,
Puxo duma bandeja pejada de fome
E do nada, engano a fome
Que me aperta estômago esfomeado.

Lembro-me de infindáveis dias sem pitéu,
E se rompem dos meus turvos olhos
Amargas gotas do inevitável dilúvio,

Que inunda minha crestada face sem véu
E arruma minha ossada feita molho
Num macabro berço, pra fome dar alívio.

Adelino Gomes-nhaca


Adelino Gomes

 
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Upanhaca
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Enviado por Tópico
Peta
Publicado: 28/08/2015 18:35  Atualizado: 28/08/2015 18:49
Membro de honra
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Localidade: Lisboa
Mensagens: 712
 Re: Amargas gotas do inevitável dilúvio
Lindo poema em conteúdo triste.
Gostei do poema apesar de tudo.
abraços, Peta.


Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 29/08/2015 00:35  Atualizado: 29/08/2015 00:35
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: Amargas gotas do inevitável dilúvio
Boa noite Adelino, teus versos nos evidenciam a disparidade presente na distribuição da renda mundial, em que poucos possuem muito, e muitos não possuem nada, e se flagelem mar adentro pra morrer numa travessia marítima em busca de um sonho inalcançável, parabéns pelo redundante poema, um abraço, MJ.