Poemas : 

9ª História em poesia no Mural da Maluca

 
Acordei sem mal, sem galo
Sem serviço de despertar
E sem ti
Te procuro do lado esquerdo
Apenas o frio de ausência permanece
Gelado que se mantem pedrado
De calçada portuguesa
Que nunca passa de moda
Moda que não me traz atras
Como de ti caminho
Caminho de terra batida
Entre ovos farinha e carinho
Enches corações de mel
Que até salgados são bons e fofos
Fofura a vida com sol e água
Doce como os peixes que melhor se dão
Ao dia depois da noite
À morte depois da vida
E trepam portões fechados de tacões
Padrões a léguas de casa
Das casas em que dormem
Serenos ovos chocando galinhas
Coelhos também chocam correndo
Com a rapidez com que nos reduzem
À nossa querida pequenez
De vez em quando também saem grandes
Enormes dissertações sobre o que o coração dita
E a razão debita
Como as que eram do açúcar no meu antigo quintal
Que me traziam memórias de para o bem e para o mal
Mas foi o tal, o que pequeno se quedou da distância
A que miras e atinges o que pretendes
Ao largo da barra onde me encontrarás para lá do teu horizonte
E onde chegas primeiro pequeno ponto negro
Depois imenso como as cebolas do progenitor
Que não fazem chorar como sempre achei que faziam
Ao jantar, a todos os jantares
E sorrio de nós
E rio de nos ver sós...

Ilia Mar

 
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Ilia Mar
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