Não trago palavras às mãos, trago sonhos!
Neles desperto, como o carneiro que corre nos pastos...
Perdendo-se da mãe, mas sem fagulha de medo.
Com as palavras às mãos faço amor
Ilimitáveis vezes, meu corpo afago.
Sem os limites da realidade pulsante.
Não tenho cordas ao pescoço, tenho laços
Como as fitas que minha mãe colocava nos meus cabelos,quando eu era pequenina...
Sempre que tenho às mãos palavras, faço chover em sóis de prata.
Carrego no meu corpo a gestação dos sentidos. Como os filhos que pari c’amor.
Carrego as palavras, ora insensatas, arbitrárias ou amadas nesse ventre que me norteia.
E nem os vícios de morrer solitária, sem a devida valia dos deuses; há de tirar do meu colo um ser chamado poesia.
(3 de abril de 2007)
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)