Filmei esta poesia em raras
lembranças que se apressam
na viagem do tempo
galgando todas as adversidades
vencendo todos os medos
que desencorajamos
em sonhos e cumplicidades
– Buscamos na imaginação
nossas efemérides vestidas
na itinerância de tantas primaveras
onde adormeço minhas atónitas
esperanças
- Conjugámos nossos verbos de amor
em unanimidade
Reciclámos o infinito êxtase
vadiando na permissividade
desta poesia labutando
por tua guarida
atada a cada existência
que desaba na sustentabilidade
de minh’alma itinerante
precisando somente tua receptividade
– Sou simplesmente uma partida
sem mais regresso
esvaindo-me em digressões
numa travessia quase louca
rumo a lugar nenhum
sem trajeto nem etapa
errando simplesmente
nesta peregrinação sem sentido
inútil
consumada
onde nos desvendamos
no tempo que resta
esculpido na escuridão da noite
que brada em gargalhadas
abastecendo de vida
toda a vida
desabrochando
em gotas de criatividade
reflectindo nosso destino na inexorabilidade
do tempo que jaz no carrocel
de felicidade
onde nos sincronizamos até à imortalidade
FC