Tentei tanto que acabei gerando expectativas que transformei em esperanças. Achei-me ingênuo e ela insincera. Imaginei-me caindo nos laços da falsidade de quem seria indigna do meu amor. Pois mostrou-se sempre tão meiga e doce que sequer supôs que pudesse ter defeitos além das virtudes que eu mesmo elenquei. Novamente estava errado! Quedei-me absorto vendo-a partir daquela forma dolorosa para mim. Achei mesmo que me apaixonei por uma pessoa indigna do meu amor, mas essa ideia era só minha. Não repercutia além da redoma na qual me encerrei. Fora dela eu não queria reconhecer verdades e enquanto que dentro não havia esperança. Nesse impasse, passam os dias em ansiedade e tristeza. A vida lentamente se esvai sem nada de útil ou prazeroso. Quisera eu que pudesse um dia acordar e pensar somente em todas as coisas que estão ao meu redor. Poder ver pessoas na rua sem ter lembranças. Poder olhar o luar sem invocar pensamentos implorando. Quisera eu um dia esquecer minha linda.
De arrebatada figura,
sou altivo, sou forte,
não carrego lutos e mágoas,
até um dia enganei a morte,
na sua faina de colher almas
e renasci.