Volte com beijos amando nas margens de tranquilo regato,
Olvidando tudo o mais que no indefeso o peito ainda arda.
Esqueceremos que dolorosamente doce foram momentos
- houve uma noite triste de separação, escura e densa,
quando as almas agoniadas tremiam numa agonia intensa,
estranhamente misturadas minhas juras e seus lamentos.
Como podem ser ao mesmo tempo tão agudas e doces
A exaltação, o enlevo, a dor, a saudade e a melancolia?
Já não sei onde estarei quando amanhecer mais um dia,
Agora que lança raio brilhante a primeira estrela da noite.
Então permita que seu barco atraque no cais da saudade,
Desviando célere do esquecimento como de bancos de areia,
Deixando de farfalhar minha tristeza na calmaria das ondas.
Não sei se vivo, só sobrevivo dolorosamente, vegeto estéril,
Estranhamente percebo mesclados sentimentos antagônicos,
Vendo através desses anos a mesma história se repetindo.
De quando em quando uma voz amarga libera gemidos que caem,
E sob o vento da distância minhas saudades são agudas flechas
Atingindo-me mortalmente o peito neste momento tão difícil.
De arrebatada figura,
sou altivo, sou forte,
não carrego lutos e mágoas,
até um dia enganei a morte,
na sua faina de colher almas
e renasci.