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A NINFA - soneto segundo

 
Tags:  SONETOS 2014  
 
A NINFA - soneto segundo

Ainda que o amor seja algo que exista,
N’algum vago recôndito da gente.
E não aquilo que ela, ardentemente,
Busca na noite só, fazendo pista...

Querendo desde a vã primeira vista
Se entregar sem que nada lhe acrescente,
Tem a exacta medida do que sente
De dor e prazer, n’uma impressão mista.

Deitamo-nos cansados. Sós enfim!
Estapeia minha cara de desejo
Enquanto me dá a outra face ao beijo.

Nada há para ela aqui. Nem para mim.
Não se aproxima mais, se amor à vista:
Por difícil e raro, sempre dista...

............................................


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
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RicardoC
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Enviado por Tópico
RicardoC
Publicado: 21/08/2015 10:22  Atualizado: 21/08/2015 10:22
Usuário desde: 29/01/2015
Localidade: Betim - Minas Gerais - Brasil
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 Re: A NINFA - soneto segundo
Saudações, luso-poetas!

Essa é uma série de quinze sonetos vinculados sob forma fixa denominada coroa de sonetos.

Chama-se A NINFA e consiste num debate sobre amor e sexo, bem como o desejo manifesto de igualdade face à sexualidade, quer feminina; quer masculina.

Fora escrito em Contagem, municipalidade de Minas Gerais-Brasil, em fevereiro de 2014.

Decidi revisá-lo para publicar aqui. Espero que aprecieis.

Abraços, RicardoC.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/08/2015 11:33  Atualizado: 21/08/2015 11:33
 Re: A NINFA - soneto segundo
*não há sentimento mais complexo e antagônico dentro da sua essência como o Amor...minha opinião.
talvez por isso, fascinante!
essa 'musa' ninfa, dá um estudo de caso hem!
muito bom!
abraço
k*


Enviado por Tópico
Marcyflor
Publicado: 21/08/2015 15:49  Atualizado: 21/08/2015 15:49
Membro de honra
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 Re: A NINFA - soneto segundo
Vim esse também...
Concordo com a poetisa Karinna...
A Ninfa,é uma musa e tanto!

Parabéns poeta!


Enviado por Tópico
MariaSousa
Publicado: 21/08/2015 17:12  Atualizado: 21/08/2015 17:12
Membro de honra
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 Re: A NINFA - soneto segundo
Também gostei deste.

Quando o amor não existe, nada há mesmo!


Beijinhos


Enviado por Tópico
RicardoC
Publicado: 22/08/2015 12:20  Atualizado: 22/08/2015 12:20
Usuário desde: 29/01/2015
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 Re: A NINFA - soneto segundo

Enviado por Tópico
RicardoC
Publicado: 23/08/2015 16:19  Atualizado: 23/08/2015 16:19
Usuário desde: 29/01/2015
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 Re: A NINFA - soneto segundo
Há registros de coroas de sonetos desde o século XVI, na Itália, conforme o Dicionário de Termos Literários.

No Brasil, dezenas de coroas foram redigidas desde os anos 40 do século passado.

O meu interesse em torno de formas de vinculação de sonetos a um tema comum tendo em vista a composição de uma historieta tem em vista a reunião de experiências semelhantes na forma dum livro cujo título provisório seria "Sonetos em série". É isso.

Enviado por Tópico
RicardoC
Publicado: 24/08/2015 11:35  Atualizado: 24/08/2015 11:35
Usuário desde: 29/01/2015
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 Re: A NINFA - soneto segundo
Para minha surpresa, há na WIKIPÉDIA um verbete COROA DE SONETOS que explica a forma, apesar de não ser clara em relação a suas origens:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Coroa_de_sonetos

Em todo caso, é mais uma fonte de informações...

Abraços, Ricardo Cunha.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/08/2015 19:07  Atualizado: 24/08/2015 19:07
 Re: A NINFA - soneto segundo
Poeta Ricardo,

Mais uma vez reitero os meus parabéns pela riqueza do soneto e pela composição primorosa.

Abraço,

Anggela


Enviado por Tópico
RicardoC
Publicado: 26/08/2015 12:09  Atualizado: 26/08/2015 12:09
Usuário desde: 29/01/2015
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 Re: A NINFA - soneto segundo
No site abaixo há uma interessante diagramação de coroa de soneto do poeta húngaro József Attila

http://www.sonetos.com.br/arte.php?t=31

Enviado por Tópico
RicardoC
Publicado: 27/08/2015 15:18  Atualizado: 27/08/2015 15:18
Usuário desde: 29/01/2015
Localidade: Betim - Minas Gerais - Brasil
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 Re: A NINFA - soneto segundo
Encontrei aqui no luso-poemas a experiência da autora Ebernise com a seguinte interligação:

http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=60230

Sua coroa é uma exaltação lusófana onde se promove o exercício de glosar o mote dado pelos versos dum soneto geratriz escrito por ela para que cada participante da oficina literária que a mesma promovia pudesse oferecer ao fim uma obra coletiva, grupal.

Convido a todos a conhecer a experiência dela e a continuar acompanhando a presente coroa A NINFA.

Abraços, Ricardo Cunha.

Enviado por Tópico
RicardoC
Publicado: 28/08/2015 12:34  Atualizado: 28/08/2015 12:34
Usuário desde: 29/01/2015
Localidade: Betim - Minas Gerais - Brasil
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 Re: A NINFA - soneto segundo
Recomenda-se reler cada soneto à medida que os demais são publicados, a fim de que se possa entendê-los em conjunto. Ao final, publicarei a COROA toda junta com esse fim. Abraços, Ricardo Cunha.

Enviado por Tópico
RicardoC
Publicado: 01/09/2015 11:28  Atualizado: 01/09/2015 11:28
Usuário desde: 29/01/2015
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 Re: A NINFA - soneto segundo
Saudações, luso-poetas!

Concluo, destarte -- com a publicação de A NINFA - soneto quatridécimo -- a coroa de sonetos que me propus a apresentar a vós-outros.

Agradeço a todos que acompanharam a série lendo e comentando os sonetos. Espero, sinceramente, que ela não tenha sido apenas obra de um virtuosista aprendiz e sim um entretenimento honesto e reflexivo. No fundo, penso ser exacto isso é o que se espera de qualquer narrativa, i.e., que os personagens nos permitam nas situações que vivenciam a projeção de nossos sentimentos e pensamentos.

Mesmo sendo pura ficção, acredito que a historieta dessa NINFA pós-moderna lance luzes sobre o estranhamento que temos quando se conhece alguém que não busca o amor no encontro humano e sim a satisfação de curiosidades e experiências.

É isso.

Abraços, Ricardo Cunha.