Não é pouca coisa ter a incumbência de cuidar da alimentação balanceada no monstro do Lago Ness. Nem as terras altas da Irlanda, coalhadas de imprevisíveis leprechauns. Vestindo pano verde como os alegres rapazes de Sherwood, na falta de varas de salgueiro e da boa madeira de teixo para confecção de arcos e flechas, optam apenas por limpar cozinhas no adiantado da noite. Contentando-se com uma jarra de leite sobre o muro, esperando o cair das sombras para o início de alegres reuniões no fundo das ravinas. Nessas ocasiões, sentavam-se junto à velha lareira sussurrando mandingas e cantochões com a respiração suspensa revelando certo temor. Caso não seja possível soletrar a palavra, o correto nesses casos sempre é permanecer na labuta por mais sete anos servindo a Labão. Daqui uns anos, armadilhas montadas nas portas do pais das fadas fazem pensar com estranheza, como pode ser terrível e temível atravessar o enevoado cinza. Penso mesmo desse modo e não quero influenciar ninguém. Cada um tem seu modo de pensar e esfolar a lebre. Necessário é que não se provoquem cortes na pele.
Mais algumas horas e vamos todos estarmos livres e respirando ar puro num dia claro. Em que pese o emaranhado de raios de luz do sol, acima de nos farfalhando com vigor pelas correntes voltaicas. Tantas pombas brancas sobrevoam os fios do destino vigiando o trabalho das Moiras. Não deixam que tenham más intenções tanto na beleza quanto na tristeza dos dias longos e fatais terminando com um arco iris abrigado no arrebol vermelho de poeira cósmica.