Meus olhos agora enxutos;
Das lágrimas que regaram;
A árvore que continha do amor, os frutos;
Do passarinho que descuidado;
Pousou na armadilha;
Do fruto do amor, que brilha;
Nos galhos finos;
As folhas mais verdes;
Ainda jovens, serenes;
Me privou da liberdade;
Da imensidade;
De meu mundo;
E não esqueça;
Que nosso amor morreu;
Em um abismo profundo;
Onde a luz do sol não alcança;
A água da chuva escoa;
E que a semente jamais brotará;
Esqueci-me dos olhos tristes e molhados;
Dos cantos angustiados;
Dos pés descalçados;
Sigo a trilha do ontem;
Que me leva ao amanhã;
Do futuro ainda dormindo;
Pelo amor acordado de manhã;
Esqueçamos por um momento;
Que um dia, fomos, seu e minha.
E não me venhas com o mesmo riso;
Com o mesmo olhar;
Pois só alcançam;
A semente no fundo do abismo;
As gotas dos olhos, agora enxutos;
Cansados de chorar...
Marcio Corrêa Nunes