As antigas vozes já não te percorrem
e tampouco se escuta a lira orfeônica.
Outros germanos gênios, agora, te assolam
e outras esfinges vedam os teus caminhos.
Sábios pensares platônicos já não descem
as colinas do Aéropago,
pois eis que neo-bárbaros de floridas camisas
tomaram as encostas e riem o riso dos ignotos.
Sibilas escondem-se da voracidade de quem te visita
e ocultos em permanência
ficaram os homens e mulheres deuses que vivem no Olimpo.
Sabem-se inúteis ante as mil Capitais cabeças
com que te afronta a Hydra bancária
e seus trágicos espartanos espartilhos que te sufocam.
Foi-se o saber socrático, trocado pelo paquiderme burocrático.
Lamentam-te todos, que de ti beberam a água da vida.
Lamentam-te todos, que se iluminaram com a lanterna
que buscava o homem honesto.
Lamentamos-te, Atenas. Todos nós.
Produção e divulgação de Vera Lucia M. Teragosa.
Lettre la Art et la Culture
Enviado por Lettre la Art et la Culture em 16/08/2015
Alterado em 16/08/2015