Corre-lhe um rio de sonhos
Pelas suas veias cansadas,
Sopra-lhe uma brisa matizada
de folhas quiméricas
que lhe percorre o corpo
numa carícia de sorrisos…
Fervilha-lhe pujante a vontade
De deslizar suas palavras
sobre o papel que o aguarda
sereno em silêncio solidário…
E as palavras afluem-lhe,
Em doce versejar
Beijadas pela fonte da sua inspiração…
E vão surgindo estrofes
Em singelos riachos de rimas,
Que escorrem em deleite
Por sulcos perfumados de metáforas…
E realizou-se o sonho do rio,
Que lhe corria pelas cansadas veias…
Fez-se escrita, fez-se prosa
Nasceu o poema!
Ou… talvez não,
E ele ainda continue a sonhar…
José Carlos Moutinho