Poemas : 

Overdose

 
Chega a tardezinha com uma brisa boa.
Lá longe se vê as aves de arribação
Que chegam com britânica precisão
Para repouso tranquilo naquela lagoa

Rodeado pelos coqueiros e pela taboa
Que servem de abrigos e de alimentos.
No empíreo um relâmpago corisca e reboa
Nas nuvens obesas movidas pelos ventos.

A lua, medrosa, se esconde atrás do monte.
Algumas aves noturnas ululam no arvoredo.
Um gato manhoso se recolhe devido ao medo,
Cauteloso fica a observar os raios no horizonte.

Entra a noite tristonha, chuvosa e sem estrelas.
As gotas regem uma harmonia feia e repetitiva
O poeta na sua escrivaninha arrisca uma missiva,
Relata a metamorfose que realizam as borboletas.

Entretido entre tantas palavras chega à apoteose
Num frenesi lúdico que por pouco não solta centelhas
A chuva fininha lavando e tamborilando nas velhas telhas
O conjunto da obra leva ao autor a uma deliciosa... Overdose!



Gyl Ferrys

 
Autor
Gyl
Autor
 
Texto
Data
Leituras
654
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
22 pontos
6
4
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 14/08/2015 11:14  Atualizado: 14/08/2015 11:16
 Re: Overdose
Um belo poema que serena os nossos pensamentos, pingam as overdoses de sabedoria.

belo


Enviado por Tópico
lfracalossi
Publicado: 16/08/2015 14:46  Atualizado: 16/08/2015 14:47
Da casa!
Usuário desde: 03/05/2009
Localidade: Campo Grande -MS -Brasil
Mensagens: 447
 Re: Overdose
Senti-me a própria em noite de chuva. Vivi a cena.

Amei!

Beijo cá de longe em manhã de calor e ensolarada. Linda!!


Enviado por Tópico
Volena
Publicado: 28/08/2015 14:40  Atualizado: 28/08/2015 14:40
Colaborador
Usuário desde: 10/10/2012
Localidade:
Mensagens: 12485
 Re: Overdose
Olá Amigo, verdadeiras overdoses de felicidade e alegria, estou de acordo, deve ter muitas...
abraço cordial Vólena