<br />Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil
Quis projetar o meu olhar para que me desse uma visão do futuro
Busquei nessa visão, contemplar um mundo que fosse mais puro
E nesse momento visionário alcei então um vôo planetário
Como numa ânsia, naquele desejo de alcançar o mundo imaginário
Tentei ver no presente um futuro que fosse mais solidário
Quis ardentemente, que naquela projeção nada fosse obscuro.
Tentei imaginar as crianças de hoje sendo os homens do amanhã
Como seriam as crianças fruto de um lar pleno de amor e sem fome?
E como se portariam aquelas crianças de rua vivendo o terror?
Procurei uma resposta para cada situação, buscando no afã.
Uma das respostas encontrei imediatamente: o amor leva ao valor.
Os valores da família e sociedade... E as carentes? Qual semente?
Para a situação do pequeno marginalizado... Ficou a incógnita.
Que participação terá na sociedade, no mundo sem oportunidade?
Tudo que conheceram desde o nascimento foi a marginalização.
A desconfiança e o medo por parte dos irmãos que com a proximidade.
Demonstraram temor, pavor dos alienados pela sociedade.
Isso, quando não fizeram o mal maior, da sua inocência a violação.
Depois busquei ainda, antever o meio ambiente que as acolherá.
Qual seria o habitat, o meio de atuação desses seres no futuro?
Tristemente veio à minha mente a devastação do meio ambiente.
As florestas, os rios, o ar, as matas, tudo de Deus um presente.
O ser humano contemporâneo já os destrói em massa, atualmente.
Como encontrarão as crianças e jovens seu habitat futuramente?
Qual a qualidade de vida daqueles inseridos no futuro contexto?
Se para cuidarem dessa riqueza, os homens tudo destroem, sob pretexto.
Da modernidade, em nome da qual, violaram o bem, o legado
Que transmitirão para futuras gerações... Seus próprios filhos.
Se o homem atual não teve a coragem de neles pensar e no seu amanhã
Preferiria, nunca ter tentado fazer a minha projeção da visão do futuro.
Mercedes Pordeus