Quando venta e as folhas dançam,
O frio assevera a minha solidão.
Mas hoje sei que teus olhos pousam,
Nas páginas onde voam minhas paixões.
Então capricho mais nos versos,
Pra que sintas o pulsar das minhas veias,
E o tremor das minhas mãos,
Quando em rimas previsíveis
Conto o calor da tua boca,
Nas horas de vergonha pouca,
Naquelas noites de canção louca,
E tua voz já tão rouca...
E quando o vento silencia o seu canto,
Lá fora o céu desprende um pranto,
E a terra exala um aroma doce,
Sementes crescem caladas,
Eu a semear teu solo,
A deitar-me em teu colo,
Driblando o frio da madrugada.