Tantos sonhos tenho perdido,
Entregues a um falso cuidado!
Ando de mim mesmo apartado,
Sinto-me por todos mais que esquecido.
Tanta dor tenho conhecido,
Coração no peito amarrotado!
Dia a dia vivo enganado,
Me vejo como um desconhecido.
Tão longe da alegria, do alento
Que busca a maior parte da gente!
Ainda assim o silêncio da poesia me acalma,
Sou humilde e me contento
Em ter de escrever eternamente
Poemas no chão da minha alma.