tanta cerca para que
para que tanto arame
neste latifúndio
que já foi de índio
árvore morre
cupim cresce
cadê manancial
foi tudo pro canavial
tanta cerca para que
para que tanto arame
cupim cresce
capim gordura
gado engorda
poço sem fundo
abate d´ouro
Amazônia sofre
tanta cerca para que
para que tanto arame
agronegócio desmata
engorda a cria e mata
e a gente compra
alcatra, picanha
no fim tudo vira
um grande churrasco
a gente participa do fiasco
tanta cerca para que
para que tanto arame
a carne explorada
a floresta acabada
o jagunço de olheiro
o sem terra de "sombrero"
Brasil ainda é capitania
oh quanta epifania...
AjAraujo, o poeta humanista, escrito em 10 de agosto de 2015.