Num tempo propicio
será hora de renovar a alma
fazer desabrochar novas alegrias
nesta simultaneidade de horas fecundas
onde me abrigo e deixo que germine
toda a vida acontecida num tempo
religiosamente saudado de improviso
– Toca-me somente os sentidos
onde me farto inteiramente ávido e remido
Decifra minha palavras
em duetos de poesias inesperadas
ou em memórias metafísicas
desgovernadas em silêncios perdidos no lajedo
onde me passeio na linguagem desta fé
que tanto necessito
– Sei hoje por descuido
nas insónias da noite
que nesta solidão tão branda
eu até em meus silêncios
incompreensíveis me acostumo
Nada sei do que sei
mais do que tantas indecisões
que a vida me impõe
aceitando outros padecimentos
feitos e costurados no corpo cansado
fundido em mil incisões
onde não sei mais se sobrevivo
ou se me algemo a teus grilhões
– Finalmente percorro as ruas
daquela esperança onde
nos encontramos em digressão
felizes pelas simples expressões
onde humanizamos sem mais exceções
todos os dons gentis da Criação
- Será este o começo da eternidade
sermos nós o principio desta aventura
consumada e aplaudida na busca de um sonho
que pacientemente nos ampara
elevando Tua benignidade
absoluta, imarcescível
à Tua imagem, semelhança e longanimidade
FC