Pensar em ti é tudo o que me resta!
Frágil recordação de uma voz que fala
O que é o amor mas subitamente se cala
No repente da dor com que se infesta.
Escrevo poesia, mas nada enfim presta,
Nenhuma que perdure sem ninguém apagá-la,
Nenhuma inspirada que como curva bala
Penetrasse os sentidos em cada aresta.
Penso em ti e tudo em mim se transfigura!
Te julguei divina mas nunca foste sequer santa,
É isto que penso e ao escrever proclamo.
Penso em tudo o que tinha e hoje não tenho!
É por ti que sofro e em dúvidas me desdenho,
Me abandonaste! O porquê não sei mas nem exclamo.