Poemas : 

Perdão, Pai

 
E eu que me deixei guiar pelos cinco cavalos
Dos meus sentidos; que não segurei as rédeas
Dos meus pensamentos; que fui simples passageiro
Do meu destino; que nunca consegui dizer-te não...

E eu que me encontrei em meio aos vales perdidos
Sem o facho luminoso que traz a Estrela-da-Manhã;
Eu que, tal qual Arjuna, defronte dos entes queridos,
Senti o meu arco deslizar no sangue que trazia nas mãos...

E eu que busquei por mim mesmo, sem nunca me encontrar,
Que almejei ser o primeiro, ser o senhor dos três reinos
Prometido. Logo eu, o filho de Prometeu, dos senhores do Egito.
Logo eu, o filho preferido e expulso do Paraíso do Milton e de Adão.

Não sei aonde anda o pouco do meu raciocínio e do meu juízo
Eu que não peço conselhos às lagartas dos países maravilhosos
Hoje somente olho para o vasto empíreo anilado e choro, choro
E imploro ao Ser cômico e cósmico que me conceda o... Perdão!


Gyl Ferrys

 
Autor
Gyl
Autor
 
Texto
Data
Leituras
665
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
10 pontos
4
3
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
atizviegas68
Publicado: 10/08/2015 15:02  Atualizado: 10/08/2015 16:45
Usuário desde: 09/08/2014
Localidade: Açores
Mensagens: 1538
 Re: Perdão, Pai
Apreciei a humildade e a emocionalidade.

Parabéns

Uma barço


Enviado por Tópico
MariaSousa
Publicado: 10/08/2015 16:35  Atualizado: 10/08/2015 16:35
Membro de honra
Usuário desde: 03/03/2007
Localidade: Lisboa
Mensagens: 4047
 Re: Perdão, Pai
Gyl,

Este não posso passar e não deixar um comentário.
A profundidade das tuas palavras neste poema emocionaram-me muito. Está lindo!

Que o Universo te dê tudo o que precisas e, se me permites, muita Poesia!

Beijinhos