*AO MEU PAI
Quando me lembro de ti mocidade,
Labuta diária, planos no futuro,
Ultrapassando muros, tempestade,
Recordo teu olhar verde, aflito e puro.
Memorizei teu passo firme, inteiro,
Na pressa para o tempo não apagar
Os anseios guardados no canteiro,
Na flor branca que vinhas ofertar.
Foram anos plantados, cada dia,
De amor, zelo, carinho e proteção,
Embrulhados no jardim coração
Que a saudade terna acaricia.
Saudades são tantas catalogadas,
No álbum que a mente recorda,
Como raiz estendida, arraigada,
Cresce de dia a noite transborda.
A ruga quase não veio na face,
Sorriso franco, o final sem ação,
A mão sem força fez-se fugace,
Guardo no coração tanta emoção.
Sonia Noguera
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