A minha alma segreda-me melodias
Que se fazem palavras
Matizadas de poesia
Que se vão aconchegando
Na alvura do papel
Sobre o qual me debruço,
Imaginando-me poeta,
Vagabundo de pensamentos
Esvoaçados nas asas da inspiração!
Sorrio-me para as palavras
Que me sorriem do leito daquele papel,
Como se sentissem felizes
Pela minha criação poética!
Pobre de mim, que me imagino poeta
Só porque as palavras me convencem
De que com estas simples estrofes, o seja…
Todavia, deixo-me levar pela ilusão!
Com a coragem que me é oferecida
Pela leitura saciada pelos meus olhos,
Vou inventado utopias
Que se abraçam a quimeras,
E vou navegando pelas marés calmas
Das ondas do meu querer
Que se espraiam docemente
Nas areias da minha vontade
De um dia ser poeta.
José Carlos Moutinho