SERPENTINA
Um reles humano, segue sua sina
Enfrentando chorando, triste sabatina
Soluços lhe acalmam, a dor lhe ensina
a confiar na alma, e não na batina.
Como quilos de milho passado pela mó
Somando-se todos, resulta um só
Juntando as riquezas, fica como Jó
Pobreza tamanha, que chega a dar dó.
Seguir sempre reto, no nada sem nexo
Ser o simples, humilde, em meio ao complexo
Tornar-se côncavo, no espelho do convexo.
Em meus tristes murmúrios tornados em verso
Só uma coisinha para Deus eu peço
Que me torne n'Ele, o centro do Universo.
José Carvalho Vilarinho