SETE DE AGOSTO
Talvez eu tenha estado aqui há muito tempo...
Antes dos cataclismos apocalípticos
E do desabrochar dos hibiscos!
Mas eu não quero falar d'isso.
Tampouco das mentiras que inventei apenas para me poupar.
Oh sim, mentiras! Eu estou apenas vos entretendo!
Ajudando a passar uma tarde amena a despeito da morte à espreita.
Afinal, a superfície é segura.
Quão cedo é agora?
Para mim e para vós-outros? Celebremos!
Há bebidas e comidas! Há músicas e danças!
Homens e mulheres elegantes e educados...
O luar brilha n'uma noite de verão n'algum lugar.
Ou ao menos n'alguma página esquecida d'um romance ruim ou d'um poema piegas.
Somos tão previsíveis, eu e vós!...
Passa da hora de sermos felizes... Alguém o conseguiu?
Eu não tenho certeza de coisa alguma mais...
Nada faz sentido a uma hora d'essas, um dia d'esses, um anos d'esses...
Nada faz sentido nunca.
Enquanto isso, aproveito os instantes finais do jogatina para apostar no vermelho ou no negro
Alguém vai vencer e festejar enquanto se prepara o palco de bizarrices para gente bonita e rica viver vidas excepcionais: Existências interessantes escritas por um autor interessado no desfecho.
Não é o meu caso. Nada me interessa.
A essa altura, meus disparetes já não entretém... Eu só canso olhos alheios
E sei d'isso. Enfim, um prêmio a quem conseguiu me acompanhar até aqui:
--"Felizes os infelizes, porque d'eles é a aurora insone!
O mais belo amanhecer que alguém já viu..."
Betim - 2015
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.