Entre meus autênticos momentos
estão pra ti
sucessivamente guardados
cada transcendente fiel contemplação
do teu ser frágil, onde te imagino
cuidadosamente enamorado
porque daqui
onde te espreito…és ainda mais linda
de cortar até a respiração
ficando minha existência na órbita
da tua excelsa morada
– O espaço será todo nosso
se as asas nunca deixarem de bater
ensinando-nos a voar
rumando nossas vidas
além do além
tácitamente algemadas em cumplicidades
– Trouxemos neste luar
quase incandescente
o bruá de espanto
pousando espreguiçadamente
num pedaço de memórias
perscrutando ansiosas todos
os transeuntes passos vagando
solitários na ronda da noite
– Surpreendes nossas vidas
num grau majestoso
simplesmente azulando os céus
intemporais
ou gradualmente contundente
renascendo reluzente
por cada vida que desponta
tão quântica e espontâneamente
– Infiltrei minh’alma
com teus vivificantes vulcões
quando admostaste todas as tectónicas
placas que em terramotos de felicidade
sacudiam minha atmosfera rarefeita
rompendo o velcro da vida onde
nos entrelaçamos finalmente
salteando nos oceanos do amor
tão incrivelmente essenciais
tão recíprocamente urgentes
no legado do tempo
acariciando-nos tão caudalosamente integrais
– Repouso hoje
encurralado no teu arco-íris
vincando só mais aquela esperança
no ar fresco da noite que se
estreia magistralmente pra nós
em translações doidas
rasgando teus véus tropicais
onde por fim me fundo
em teu núcleo em doses
de amor excepcionais
FC – à nossa Terra