DOIS DE AGOSTO
Aconteceu de novo: surtei...
Fizeram-me uma observação de que discordei;
Acusaram-me de omitir e mentir, de não ser confiável.
Mais uma vez, estava muito cansado e devendo dinheiro... Não pensei.
Ou melhor pensei com neurônios d'alguma região primitiva do cérebro: Reagi com violência como se violência houvesse sofrido.
E sofri mesmo, mas minha reação foi desproporcional e estúpida.
No afã de pôr fim à admoestação quebrei aparelhos...
Afinal, se o problema era a comunicação com este ou aquele, ninguém se comunicar comigo resolveria a questão.
Cego de raiva, fechei o mão para esmurrar objectos.
Isto durou minutos. A indignação, horas...
Não consegui conciliar o sono, sobressaltado com visões agressivas. Não durmi.
Levantei para o trabalho e sai sem mínima alegria. Sem nenhum drama, queria morrer. A vida era uma sucessão de insuportáveis e eu não aguentava mais.
Todavia, eu precisava consertar as coisas: Mais tarde, pedi desculpas por meus excessos e me reconheci um fraco, um fracasso...
Talvez seja apenas o que sou.
Betim - 2015
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.