Ouvi pequenos trechos de silêncio
anexados às margens deste eco
onde levitam doces palavras
declamadas naquele beijo
que interpretamos como protagonistas
viciados de amor
transformando a foz do tempo
em tons perfumados
de jasmim ou em promessas casuais
depois de mais um dia em silêncios
perdidos…consumados
– Cartografei mil caricias biografadas
na tua pele
Fotografei o que aconteceria
se meus erros de ortografia
se perdessem
vazios..desmascarados
em silêncios
nem sei o que me aconteceria
se me deixasses assim
de amor tão despojado…então decerto
sem tua guarida, quietamente
dentro de mim tudo por fim morreria
– Vou em paz
embelezando neste poema
tua coreografia com serenidade
decalcando nossa fidelidade
em correrias ensurdecedoras
sem tempo ou idade
que jamais nos separe
– Recomeço aqui
comprando toda a paz escondida
no invólucro das saudades
fazendo nossa radiografia
na madrugada que morre copiosamente
em silêncios
recobrindo de poesia toda a liberdade
prostrada
nesta urgente calmaria, quase extenuada
onde reescrevemos um novo argumento de vida
onde amordaçamos de vez
mesmo que insuportavelmente
toda a cartografia do silêncio
recolhido…mudo… sem mais altivez
inexoravelmente!
FC