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Rogo-te, Mar!

 
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Rogo-te, Mar!

Rumo, alheio, à costa transpondo a falésia
Numa ofegante escalada solitária e enxergo
O mar que saúda rugindo a sua eterna dor
De encarcerado pelas altivas montanhas.
Como louco, se arremete na vã esperança
De se libertar desta cela verde sufocante.

Desço, perigosamente, as veredas sinuosas
E junto à sua orla irregular, toco-lhe suave
Com minha mão trémula de frio e medo.
Rogo-lhe que se aquiete. E o mar se esvai
Em gotículas lacrimosas e doridas de sal
Que me envolvem em nevoeiro condenado.

Sussurro ao mar, que se evapore no éter
E leve a essência de meu toque na chuva
Até longínquas paragens do sul e se liberte.
Quem poderá dizer que uma pequena gota
Caia de mansinho nos lábios de minha amada
E a beije, com amor, na ternura de mim?


Poet@ sem Alm@
João Loureiro


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Lisboa, 31/07/2015
 
Autor
Poeta.sem.Alma
 
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