Doce percepção entre o sonho e o real
Instante de uma alma em silêncio doentio
Pelo desejo impalpável distante e crucial
A solidão que o tempo seu olhar fez-se frio
Mundo deserto em que o caminho é penal
A existência que respira um coração macio
Selvagem na cor pela beleza nua e natural
Acorrentado na idéia de um sentido vazio
Um dia chuvoso em que o perfume é saudade
Pelo pensar em que a canção lembra as flores
Do jardim de uma paixão que o passado invade
Manhã tenra que o acordar ausente de vontade
Perpetua em sombra pelo eterno cinza das cores
Um pulsar lento em que a lassidão é intensidade
Murilo Celani Servo