Dê espaço à minha alegria, Dor.
Ela precisa sentir o gosto inerente da vida que passa,
A sua voz latente que arde no peito e cala.
Dê-lhe essa chance, por favor...
As luas já mudaram de fase,
E a minha face ainda é pálida e fria.
Não há janelas em meus olhos que disfarce,
A dor na alma nua e crua, repudia.
Eu sei... As meninas dos meus olhos ainda sorriem.
São elas que me sonham, que me iludem.
E ao despertar da noite é que vejo o dia,
nascido das possibilidades que recrio.
Sorria você também, Dor.
Meu peito já não cabe essa agonia,
De querer calor e só sentir frio,
De entristecer nos braços da alegria
Gilquele Gomes de Araújo
Iguatu/Ceará/Brasil
Direitos Autorais Reservados
Lei N° 9.610 de 19/02/1998