Poemas : 

A porta dois

 
Vulcões de outra luz, magma atrasado no peito do querer
Abraça-me com a voz da tua voz, antes que ame outra cidade

Eu tenho as ardências da porta dois, um caso por resolver
Recursos a rasgarem pele para o tribunal da tua hora
Um caso pacífico de vida
Com resolução oceânica que se adivinha mais à frente

A porta dois, onde acontece algo maior
Não posso afastar o vidro da janela, nem partir ao meio o tempo
Não posso trazer para dentro a rua
Fico por sair então

A porta dois onde me encontram sempre fora
E fico sem, em troca de cem, sem pensar que existe o que pensar
Encontro-me cá dentro, sempre na porta dois.

Vulcões de outra luz, magma atrasado no querer depois de olhar
Abraça-me com a voz do teu calor, antes que me imagine outra vez
Ainda tenho ardências na porta dois por resolver.


Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.

 
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silva.d.c
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