Encontrarei-te
1 O sol já estava alto com poucas nuvens brancas que pairavam na imensidão azul do céu límpido. Estava sentado em um banco em frente a uma loja de moveis no calçadão da cidade, onde podia ver o telejornal do almoço e permaneci sentado apenas olhando para a televisão enquanto pessoas corriam a minha frente, caminhavam, conversavam e certas vezes eu era obrigado a desviar e me sentar um pouco mais à borda do banco, por outras tinha que me curvar todo o corpo quase caindo do banco para que pudesse ver o telejornal. Estava falando sobre os times do estado, mas não torcia por nenhum deles. Sentou-se ao extremo do banco uma guria com cabelos morenos compridos lisos, com nariz levemente levantado, boca com batom suave, que se destacava em sua pele, lisa, branca. Seus olhos eram bem redondos de um castanho profundo, sincero e mágico. Suas sobrancelhas levemente feitas com cuidado. Em cada orelhas pequenas e delicadas havia brincos de pequenas pedras brilhantes que se destacavam com a incidência dos raios solares. Vestia uma blusa negra justa de lã, que me fazia ver e presumir o desenho magnífico e perfeito do seu corpo. Por cima um casaco marrom claro de jeans tal qual sua calca, só que esta azul. Que me faziam imaginar suas belas pernas sem elas. De momento fiquei com receio de conversar, era um verdadeiro covarde sem beber algo. Ela parecida uma deusa, uma rainha, devia ter vindo de outra nação, de outro mundo para escolher um pobre mortal para que levasse embora para seu império e o transformasse em Rei. E eu ao lado dela, concerteza deixaria ir embora sem ao menos conversar e saber seu nome. Bazesko, tu não sabe amar nem um cão! É mentira, já tive varias mulheres e sou como um amante latino, como Don Juan. Mentira tu não passa de um mentiroso, de um estúpido que deixara uma Deusa ir embora sem ao menos almejá-la, sem ao menos beijá-la. Não! Eu sou Carlos Bazesko, o amante. Droga o que falarei. Droga! Oh meu Deus, ela é linda, divina me ajude. Oh meu Deus.
- Nossa você viu aquilo? – ela me perguntou e apontou para a televisão. Olhei para ela com a boca aberta, a fala não me saia. Eu queria, mas não conseguia. Bazesko você não presta para nada, você nem consegue dialogar consigo mesmo. Não! Oh meu Deus, ela falou comigo. Oh meu Deus! Fiquei ainda parado hipnotizado olhando para Ela, olhava dentre seus olhos, via sua alma pura, ingênua que não se sentia nenhum mau.
- Tudo bem, com você? – ela me perguntou novamente com um rosto assustado e doce, como de uma santa querendo ajudar um pobre pagão. Eu fiquei imóvel novamente com a boca entreaberta como um sapo inútil, burro que não conseguia soltar uma palavra sequer. Então ela pegou e se levantou com toda graça e delicadeza e saiu caminhando levemente, mas que passos tímidos. Que maneira de pisar que tinha, que graça era aquela, delicadamente as pontas dos pés tocava o chão, seu quadril seguia seu movimento, depois apoiava a sola do pe e o quadril rebolava suavemente. Oh Meu Deus! Eu não posso ser tão estúpido assim. Sim! Bazesko, você é um estúpido, burro, idiota, ignorante, tapado! Cale a boca, vou atrás dela! Não, você não vai. Você tem medo! Eu vou! Sem muito acreditar, me levantei e sai pelo meio do calçadão. Estava cheio não conseguia avistá-la, entrei no meio da multidão tinha que encontrá-la. Oh como tinha, corri, empurrei, trombei com comerciantes, senhores, senhoras, eu tinha que encontrá-la. Não sei o que faria, mas tinha que encontrá-la. Era inútil andar no meio da multidão perdida e estúpida, resolvi subir a praça a minha esquerda, subi os degraus rapidamente. Agora estava a alguns lances de degraus mais alto, olhei, caminhei para todos os lados, olhei. Coloquei-me em cima de um banco próximo e tentei forçar minha visão, meu coração começou a bater mais rápido em disparada, não entendi o porque. Eu tinha que revê-la, eu precisava dela. Algo me dizia isso, ela era minha, minha Deusa, minha Rainha. Oh Deus, não me perdoarei se não a encontrar novamente. Agachei entre os bancos, pulei. Coloquei as mãos acima dos olhos, forcei a vista, andei para todos os lados entre o banco. Oh meu Deus! Oh meu Deus! Desci e corri para a esquina onde havia um banco vazio. Subi e tentei avistá-la, naquela parte o calçadão entrava em uma bifurcação, tinha que olhar para mais lugares. Talvez ela tivesse entrado em uma loja, isso. Logo ela iria sair de alguma loja. Isso! Continuei de pé sobre o banco tentando procurá-la, alguns passavam me encarando como se fosse um louco. Não me importava, louco ficaria se não a encontrasse novamente, a minha Deusa. Fiquei cerca de meia hora de pé olhando, começou a me dar câimbras pelo corpo, não estava agüentando mais. Mas não podia desistir, não! Minha Deusa! Oh Minha Deusa! Encontrarei-te. Sim! Encontrarei-te...
CB
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