Tenho uma gaveta na alma
Onde coloco cada memória,
Até a mais remota e já rasgada
Pelo peso do tempo! Guardo sem glória
A cor de cada findo amor que me desalma
Aos poucos em escuridao mergulhada.
Escrevo sobre cada amor que nao se enxerga,
Sobre cada um que me foi arrancado
Do peito pela mão gélida do inconsciente!
Escrevo sobre um réu à muito julgado
Que cada um entende e quedo observa
Mas que mesmo assim acham culpado
Pela poesia que em si tem e sente.
Escrevo sobre amor e saudade,
Por tudo aquilo onde a alma se viu perdida!
Dou voz ao silêncio incutido pelo coração,
Poemas sobre uma voz que merece ser ouvida.
Poesias falsas falaram a verdade?
Acredito que para alguém será como verdade sentida
Aos olhos pensantes de uma íntima razão...
Paulo Alves