Estrelas
Eu não dou nada
pois não tenho nada para dar
enfraquecida luz de um farol.
Sou seco como a cana ao sol
nas areias escaldantes de um árido deserto
sou feito pedra e sal
sou um caminho incerto
sou a brisa da noite gelada
por este motivo me disfarço
eu sou quase nada.
E tão pouco
eu sou muito pouco
quase nada
e a cada dia
que passa
menos eu sou
mas o pior
ainda não passou
pois se algo um dia eu fui
agora já não sou
ao caminhar neste nada
e não me sustento.
Porem quando olho
o céu cinzento
na névoa da madrugada
vejo brilhantes estrelas
eu que nada tenho para dar
e me engano pensando
que eu posso com minhas mãos
as tocar.
Alexandre