Sento-me e olho o tempo,
não o tempo meteorológico
o tempo que por mim passou,
e eu por ele
como dois aliados
que se juntam e constroem;
é assim que contabilizo
o meu tempo...
Sento-me e olho-o,
olho-o bem no fundo do tempo
na memória e nos retratos,
com regozijo
observo que mudei por ter crescido;
não mudei a essência
mudei com a experiência...
Tenho novos traços no rosto
sorriu com coisas que me desgastaram
e não me arrastaram…
No espelho da alma
conto os contos do tempo
não esqueço nenhuma passagem
O espelho da alma mostra-me
os atalhos do destino
os rios que não vi outrora…
Sento-me e olho-o,
olho o tempo com a ternura
de um abraço com o espírito…
Mudei…sim mudei!
Diz-me o tempo,
eu reconheço essa mudança:
-Aprendi e cresci!
-Sim é verdade!
Olho-o…abraço-o
suspiro e sorriu
mesmo ao ver algumas das minhas lágrimas…
Olho-o…sorriu,
volto ao imperativo agora,
entro, mas não fecho a porta
essa estará sempre aberta
para o tempo e no tempo!
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...