Gera-se, no poeta, vivo, o prazer do amor eterno; o frémito da sua criação lhe invade a mente febril, e o deleite de amar escorre pelos seus dedos trémulos, em palavras incongruentes à lógica na pureza do papel.
Só no sonho intemporal, o poeta decifra a amálgama dos rabiscos, descodificando-lhes as emoções no tempo dos sentimentos vividos. E nesta perturbada melancolia, o poeta levita de si mesmo, voa, nos acordes dos cantos da beleza que trespassam o coração desejado.
O poeta inspira-se na natureza, nos aromas vivos que o enamoram; No seu olhar trespassam cenas, cores e movimentos infinitos. Ouve, o poeta, melodias dolentes, envolvendo-o no êxtase do desejo. Mas o seu ser se encerra, feliz, no prazer de amar a eleita amada.