Poemas : 

••• mês inexistente de um ano não tão longe assim [gritos que não definem a distância …]

 
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tem vezes que me incomodam o tempo e o espaço
a morte por perto

os anjos travestidos numa viela imunda em cais estranho. De

atalaia a ventos
e às marés extremas
minha mão sangra segurando o que não vejo
[ou não quero ver] e

tu
sempre constante
medindo o mundo
os lugares vividos pela intensidade onde confluem nascentes
enquanto raios fuzilam noites e dias como em tantas outras vezes. Amiúde

apagam-se segredos ou exílios forçados
repetindo inícios
as alucinações febris em algum promontório mal iluminado
incandescente

a vaga que incha e desaba

mas a sofreguidão por perto
os desejos
incendeiam o lugar provisório onde se guardam restos do êxtase.
Faz-se tarde

a desordem assume o regozijo agora deserto como se tudo
não passasse de desassossegos repetidos
mas que se redefinem. A água desce as escadas

ornamenta o arroubo onde os dedos pousam

pele eriçada
murmúrios exíguos
gritos que não definem distâncias…

as longitudes despedem-se de vez
despem-se.


(Ricardo Pocinho)



"Floriram por engano as rosas bravas
No inverno:veio o vento desfolha las..."
(Camilo Pessanha)

http://ricardopocinho.blogspot.com/
ricardopocinho@hotmail.com

 
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Transversal
 
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Enviado por Tópico
Transversal
Publicado: 24/07/2015 05:33  Atualizado: 24/07/2015 05:33
Membro de honra
Usuário desde: 02/01/2011
Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)
Mensagens: 3755
 Re: ••• mês inexistente de um ano não tão longe assim [gr...
“por ardermos mansinho junto ao mar”
(Mário Cesariny “Pena Capital)

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/07/2015 09:38  Atualizado: 24/07/2015 09:38
 Re: ••• mês inexistente de um ano não tão longe assim [gr...

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/07/2015 12:17  Atualizado: 24/07/2015 12:17
 Re: ••• mês inexistente de um ano não tão longe assim [gr...
Tudo acontece nessa vida tão favel, que se pluralizam em mares aquele atlântico que se despdem das ondas maritimas vindo pelos ventos, numa emancidade, onde as águas se aocupam de seus belos leitos. Pousando-se na amplitude de nossos olhos, onde o olhar da noite se põem lindamente

Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 24/07/2015 14:13  Atualizado: 24/07/2015 14:13
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: ••• mês inexistente de um ano não tão longe assim [gr...
Bom dia Ricardo, teus versos enredam a nossa face complexa excessivamente sonhadora, pouco produtora, porem exerce função importante em nosso sujeito, que é de alimentar a nossa fábrica dos sonhos, parabéns pelo redundante poema, um abraço, MJ.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/07/2015 15:58  Atualizado: 24/07/2015 15:58
 Re: ••• mês inexistente de um ano não tão longe assim [gr...
*há tanto para guardar...
a constância, a intermitência dos sentimentos, as memórias dos olhares molhados nas vagas...
sempre incrível!
beijoka*

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/07/2015 17:00  Atualizado: 24/07/2015 17:00
 Re: ••• mês inexistente de um ano não tão longe assim [gr...
tomo boleia no comentário da Karina. um grande abraço, Ricardo

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 25/07/2015 00:38  Atualizado: 25/07/2015 00:38
 Re: ••• mês inexistente de um ano não tão longe assim [gr...
_________________________ ainda linha onde suspendo o que me resta

sinto lavadas as palavras as esperas e a esperança
não sei do fim porque não o penso
do princípio
lembro-me sem saber quando foi nascido

mas sei que são lavadas as palavras e os silêncios que sabemos compreender

- ... e que a mansidão do mar se aprende.

Sorriso 3D num Abraço, Obrigada

AM